
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta quinta-feira (24) que a responsabilidade pela revisão dos gastos públicos será uma missão do próximo presidente da República. Segundo ela, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com esse objetivo deverá ser discutida apenas após as eleições de 2026.
Durante entrevista ao programa CNN Money, Tebet argumentou que o ano de 2026 será marcado por um ambiente político eleitoral, o que dificulta qualquer avanço concreto no Congresso Nacional em relação a pautas estruturantes como essa. Para ela, 2027 é o ponto de partida mais realista para essa discussão.
A ministra ressaltou que é urgente rever a forma como o país gasta seus recursos, mas ponderou que o clima político atual não favorece esse tipo de proposta. “Essa é uma missão que vai caber ao próximo presidente, seja ele quem for”, declarou Tebet.
Ainda segundo a ministra, o governo está focado, neste momento, em equilibrar as contas públicas dentro dos limites já estabelecidos no novo arcabouço fiscal. No entanto, reconhece que medidas mais profundas de corte e reorganização de despesas precisarão ser tomadas mais adiante.
Tebet também comentou que, ao deixar essa pauta para o futuro, é possível evitar embates ainda maiores com o Congresso, que tende a ficar paralisado com a aproximação das eleições. “Não se trata de empurrar o problema, mas de escolher a hora certa para enfrentá-lo”, disse.
Ela finalizou a entrevista afirmando que a PEC da revisão de gastos é inevitável para garantir a sustentabilidade fiscal do Brasil e sinalizou que o próximo presidente deverá ter coragem e capital político para conduzir esse processo.