
A deputada federal Erika Hilton, do PSOL de São Paulo, declarou que o presidente Lula está “indignado” com o novo visto parlamentar emitido pelos Estados Unidos, no qual ela foi identificada como do sexo masculino. Segundo Hilton, o governo brasileiro pretende “partir para cima” do governo americano em resposta ao que chamou de “desrespeito”.
O ponto central da reclamação é que, diferente do visto obtido em 2023, que apontava o gênero feminino, o novo documento diplomático emitido pelos EUA traz a identificação como masculino. Para Hilton, isso seria uma violação dos seus direitos e um desrespeito ao registro civil feito no Brasil. O caso, no entanto, está sendo usado como palanque para mais uma pauta ideológica promovida pelo governo petista.
Durante um evento no Palácio do Planalto, Lula afirmou que o caso é “abominável” e prometeu uma reação institucional. Para ele, é inadmissível que uma embaixada estrangeira desconsidere os registros nacionais de identidade de gênero. O presidente afirmou que o Congresso também deveria se manifestar e que não aceitará essa “ingerência americana”.
Hilton relatou que Lula não apenas demonstrou solidariedade, mas também “indignação”. Segundo a parlamentar, o presidente teria prometido acionar o Itamaraty para pressionar os Estados Unidos por uma resposta formal. É mais um caso onde o governo brasileiro prefere priorizar bandeiras ideológicas do que focar nos verdadeiros problemas do país, como a inflação e a criminalidade crescente.
Antes do evento com Lula, Erika Hilton se reuniu com o ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, mas se disse decepcionada com o encontro. Segundo ela, o ministro não ofereceu uma resposta firme, classificando a reunião como “aquém do esperado”. A parlamentar esperava não apenas apoio simbólico, mas ações práticas, o que, segundo ela, não aconteceu.
Lula, por sua vez, garantiu ter solicitado ao Itamaraty uma resposta formal e disse ter sido informado de que um novo visto deverá ser emitido, com a correção da informação. O presidente tentou aliviar o tom, dizendo que “não quer briga com os Estados Unidos”, mas criticou o tratamento recebido, afirmando que o Brasil “não pode ser visto como uma república das bananas”.
Esse episódio revela a prioridade invertida do atual governo. Enquanto o país enfrenta desafios graves, a máquina pública é mobilizada para reagir a um campo ideológico. A diplomacia brasileira, que deveria cuidar dos interesses de todos os cidadãos, agora é usada como escudo para causas pessoais de aliados do Planalto.