
O Exército Brasileiro contratou a Starlink, empresa de internet via satélite do bilionário Elon Musk, para fornecer conexão durante exercícios militares combinados com as Forças Armadas dos Estados Unidos neste ano de 2025. A informação foi divulgada pelo jornalista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, e causou surpresa nos bastidores de Brasília, especialmente por conta da relação conturbada entre Musk e autoridades do governo brasileiro.
Como é de conhecimento público, Elon Musk já fez duras críticas ao governo Lula e, principalmente, às decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O empresário denunciou publicamente o que considera abusos de autoridade no Brasil e chegou a ver sua empresa multada e retirada do ar em território nacional após descumprir determinações judiciais de censura.
Hoje, como aliado direto de Donald Trump e membro influente do governo norte-americano, Musk articula medidas de retaliação contra Moraes e outros responsáveis por decisões que, segundo ele, atentam contra a liberdade de expressão no Brasil. O movimento envolve até discussões sobre sanções internacionais por violação de direitos fundamentais.
Por outro lado, chama atenção o fato de o Exército Brasileiro, sob o comando do general Tomás Paiva, ter recorrido justamente à empresa de Musk para garantir a conectividade em um exercício militar conjunto com os EUA. O mesmo Exército que, até aqui, tem se mantido numa postura de subserviência absoluta ao governo petista e evitado qualquer confronto institucional.
A contratação da Starlink por uma força militar que se mostra constantemente alinhada com os desejos do STF e do governo Lula levanta suspeitas. Seria isso um arrego para amenizar críticas do governo norte-americano? Ou apenas uma confissão velada de que nenhuma empresa nacional é capaz de oferecer o mesmo serviço?
O que é certo é que, em um contexto onde liberdade e soberania estão em jogo, ver o Exército recorrendo à tecnologia de alguém considerado “inimigo” por parte do sistema é, no mínimo, curioso. A situação evidencia o dilema interno das instituições que, enquanto se dobram ao autoritarismo, acabam sendo forçadas a depender justamente daqueles que o denunciam.