O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quinta-feira que o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro segue dentro dos prazos legais e que não houve qualquer aceleração para prejudicá-lo. Segundo ele, o andamento recente se deve ao fato de haver um réu preso — o general Braga Netto — desde dezembro do ano passado, o que exige tramitação mais rápida.
A declaração foi feita durante o evento “Leis e Likes”, iniciativa do STF voltada para influenciadores digitais. Moraes explicou que, para réus presos, o recesso não interrompe a contagem de prazos. Ele também rejeitou comparações com investigações sobre fraudes no INSS, alegando que não é o relator desse caso e que a apuração começou há apenas seis meses.
O ministro ainda comentou sobre o clima político, culpando a desinformação e o “discurso de ódio” pela intensificação da polarização no Brasil. Segundo ele, as investigações sobre “milícias digitais” e fake news, abertas há mais de dois anos, foram fundamentais para embasar a apuração sobre a suposta tentativa de golpe atribuída a Bolsonaro.
De forma irônica, Moraes disse não ser “o relator de tudo no mundo” e ressaltou que o recesso do Judiciário não significa inatividade, mas sim um período para preparar votos e processos. A fala reforça seu posicionamento de que as acusações de parcialidade e perseguição política contra ele não têm fundamento.