
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, recebeu autorização da Comissão de Ética Pública para integrar o Conselho de Administração da Alelo, empresa controlada pelo Banco do Brasil e pelo Bradesco. A indicação foi feita pelo próprio Banco do Brasil e permitirá que Anielle acumule o novo posto com sua função no governo federal.
Além do salário de R$ 46,3 mil como ministra, Anielle poderá receber entre R$ 10 mil e R$ 15 mil por mês pelo cargo na Alelo. A relatora do caso na Comissão de Ética, Maria Lúcia Barbosa, alegou não haver conflito de interesses, mas impôs restrições: a ministra não poderá participar de decisões ou discussões no ministério que envolvam a empresa.
O Conselho de Administração da Alelo conta com até oito membros, eleitos para mandatos de dois anos, com possibilidade de reeleição. A medida, no entanto, levanta questionamentos sobre o acúmulo de funções e o impacto da remuneração extra em um momento de crise econômica no país.
A autorização reacende o debate sobre a prática de ministros ocuparem cargos remunerados em conselhos de estatais e empresas controladas pelo governo, algo comum nas gestões petistas, mas criticado por setores que veem benefício político e financeiro atrelado a cargos estratégicos.