
O ministro da Previdência, Wolney Queiroz, deverá ser um dos primeiros convocados a depor na CPMI do INSS, após a dura derrota imposta ao governo na instalação da comissão. Logo depois do revés, Queiroz se reuniu com o presidente da Câmara, Hugo Motta, em um encontro que deixou evidente o desgaste interno na base governista.
Segundo relato publicado pelo Radar da Veja, o encontro tratou diretamente do resultado adverso e da desarticulação política que abriu caminho para a vitória da oposição. Tanto Queiroz quanto Motta concordaram que a derrota foi fruto de uma péssima articulação governista, apontando o dedo principalmente para o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, responsabilizado pelo fiasco.
Até poucas horas antes da instalação, a eleição do governista Omar Aziz para a presidência era dada como certa. O plano era confirmar Ricardo Ayres na relatoria, em um arranjo alinhado ao Palácio do Planalto. Porém, uma estratégia silenciosa e eficiente da oposição derrubou o cenário. Resultado: o senador Carlos Viana assumiu o comando da CPMI e nomeou como relator o deputado Alfredo Gaspar, um dos mais atuantes parlamentares bolsonaristas.
Durante a conversa, Queiroz afirmou a Motta que o governo disponibilizará todas as informações necessárias para as investigações e disse já defender, antes mesmo da reviravolta, que a comissão não fosse politizada. Também trataram sobre o projeto relatado por Danilo Forte, que busca endurecer regras para evitar novas fraudes no INSS e proíbe descontos, mesmo autorizados. A expectativa era que o texto fosse votado, mas a pauta acabou ficando em segundo plano diante da repercussão da derrota governista e do avanço do PL da adultização.