Durante audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado, realizada nesta terça-feira (15), o senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) surpreendeu aliados ao criticar diretamente o presidente Donald Trump. Em tom nacionalista seletivo, Mourão disparou: “Não aceito que o Trump venha meter o bedelho num caso aqui que é interno nosso.” A declaração caiu como uma bomba entre conservadores nas redes sociais.
A fala gerou revolta imediata entre a base da direita, que vê em Trump um dos últimos líderes internacionais a defender a liberdade e denunciar a perseguição política contra Jair Bolsonaro. O jornalista mineiro Alexandre Siqueira não poupou palavras ao rebater Mourão, acusando-o de ser cúmplice do silêncio do Senado diante das injustiças promovidas pelo STF. A resposta viralizou.
“Vai levar cigarros para o Jair Bolsonaro na cadeia? Não que ele fume, mas é moeda de troca para conter abusos…”, ironizou o jornalista, em crítica direta à omissão de senadores diante da prisão arbitrária de milhares de brasileiros após o 8 de Janeiro. Para Siqueira, Mourão fala em “soberania”, mas ignora os abusos jurídicos cometidos debaixo do nariz do Congresso.
O jornalista ainda lembrou que dois mil brasileiros seguem presos há mais de dois anos, muitos sem julgamento, enquanto senadores assistem a tudo calados ou em conivência aberta, como no caso de Rodrigo Pacheco e Davi Alcolumbre. A crítica, dura e certeira, expôs o descolamento de Mourão da base conservadora que o elegeu.
A direita brasileira assiste, indignada, ao racha entre parlamentares que deveriam estar unidos na defesa das liberdades, mas que agora passam a atacar até mesmo aliados como Trump, que ousaram cobrar justiça para Bolsonaro. O momento exige coragem, e não discursos perfumados de hipocrisia institucional. Como disse o jornalista: “Quer justiça? Vista a farda de homem!”