
pós três meses de suspensão cautelar, o deputado André Janones (Avante-MG) retomou seu mandato na Câmara dos Deputados na terça-feira, 21.
Em seu retorno, ele foi interrogado no Conselho de Ética da Câmara, que investiga o parlamentar lulista por ofender o adversário Nikolas Ferreira (PL-MG) durante sessão plenária em 9 de julho.
“Foi uma punição, a meu ver, injusta até aqui. Fui o segundo deputado mais votado de Minas Gerais. Não é uma violência contra mim, é uma violência contra a democracia”, disse Janones.
“Ele [Nikolas Ferreira] desrespeita essa Casa ‘n’ vezes. Ele passa a imagem de que tem comando, influência e que é intocável. Passou essa imagem novamente na invasão do plenário. Ele desrespeitou o presidente, os membros da Mesa, sentou na cadeira do presidente e não aconteceu nada com ele”, acrescentou.
O parlamentar alegou não saber do que está sendo acusado.
“Na primeira representação que me suspende, não é dito qual foi minha ofensa. Como vou me defender de algo que não sei o que é?”, disse.
Nova suspensão
Embora tenha retomado o mandato, Janones pode ser suspenso por mais três meses pela Câmara dos Deputados.
O regimento interno da Câmara diz que um deputado pode ser suspenso por até seis meses em processo do Conselho de Ética.
Janones já cumpriu três meses de suspensão cautelar e pode ser punido por mais três, caso o colegiado decida endurecer a pena aplicada.
Quando pediu a suspensão do deputado, a Mesa Diretora disse que ele incorreu, em tese, em condutas incompatíveis com o decoro “ao provocar abertamente a bancada do PL e proferir manifestações gravemente ofensivas ao deputado Nikolas Ferreira, que ocupava a tribuna, em evidente abuso das prerrogativas parlamentares”.
As manifestações foram proferidas durante a sessão do plenário da Casa realizada em 9 de julho de 2025. Nelas, afirmou a representação, Janones, “em flagrante abuso de suas prerrogativas constitucionais, com o animus de ofender a honra do deputado Nikolas Ferreira, proferiu xingamentos ultrajantes, com expressões de baixo calão, desonrosas e depreciativas, além de provocar abertamente os deputados do PL”.
A cúpula da Câmara salientou que a destemperança e agressividade da conduta atingiram, de forma inegável, “a honra objetiva do próprio Parlamento”.
Relator do caso, o deputado Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE) tem até 5 de novembro para apresentar seu parecer sobre a punição do parlamentar mineiro.
“Eu tô de volta”
No X, André Janones publicou um vídeo celebrando seu retorno.
“Pessoal, 21 de outubro de 2025. Finalmente tô aqui de volta no meu gabinete, mas principalmente de volta pro meu mandato. Meu mandato como deputado federal, mandato esse que vocês confiaram a mim e que a Câmara dos Deputados retirou esse mandato pelos últimos 90 dias. Um ato de violência, não contra mim, mas contra a democracia do nosso país, contra cada um de vocês que confiaram o voto de vocês em mim, que me apoiam e a quem eu dou voz.
Eu sofri uma violência física no plenário da Câmara dos Deputados, mas vocês é que sofreram a violência real. Uma violência que me impediu de votar matérias muito importantes pro nosso país, como, por exemplo, a isenção do imposto de renda, que me impediu de votar contra a PEC da blindagem, contra a anistia pros golpistas do 8 de janeiro, que me impediu de apoiar projetos importantes do presidente Lula, como, por exemplo, o gás pro povo, o gás de graça pro povo brasileiro, que o nosso presidente concedeu recentemente. Mas eu quero dizer para vocês que a gente ainda tem muita luta para fazer.
O objetivo era me intimidar, era me silenciar, mas não conseguiram. Eu tô de volta. Tô de volta para dar voz ao povo brasileiro. Tô de volta para incomodar quem não aceita que o povo brasileiro tenha voz. E tô de volta para, de mãos dadas com o presidente Lula, lutar por ainda mais conquistas, como por exemplo tarifa Zero, como por exemplo vários outros programas que o nosso presidente tá prestes a anunciar para vocês e principalmente lutar pelo fim da escala 6 por 1. Tô de volta, tô de volta ao meu trabalho, tô de volta para cumprir o propósito que Deus tem para minha vida, que é estar na política representando cada um de vocês. Vamos embora. Estamos junto. Que ele nos abençoe.”
O Antagonista