Glauber Braga perde mais uma na Câmara e fica à beira do fim do mandato

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) sofreu mais um revés nesta quinta-feira (24), ao ter seu recurso rejeitado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados. A decisão confirma o avanço do processo de cassação aprovado pelo Conselho de Ética e enfraquece ainda mais a posição do parlamentar, que enfrenta acusações por quebra de decoro.

No recurso, Glauber alegou cerceamento de defesa e parcialidade do relator, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), além de questionar a recusa de testemunhas. Também defendeu que a pena sugerida é desproporcional à conduta, lembrando que o regimento prevê sanções mais brandas para ofensas morais e desacato dentro da Casa. Apesar das argumentações, a CCJ manteve o parecer do Conselho de Ética.

O relator rebateu as acusações de parcialidade, afirmando que a escolha seguiu o regimento e que o próprio Supremo Tribunal Federal reconhece a natureza política desses processos, o que afasta critérios técnicos como impedimento ou suspeição. Para Paulo Magalhães, o recurso de Glauber não tratava de vícios processuais, mas sim de uma tentativa de reavaliar o mérito, o que não cabe à CCJ.

Com a decisão, o parecer favorável à cassação será encaminhado à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. A próxima etapa será a votação no plenário, onde serão necessários os votos de pelo menos 257 deputados, em votação aberta, para que o mandato de Glauber Braga seja cassado de forma definitiva.

Nos bastidores, o clima é de isolamento crescente para o parlamentar do PSOL, que perdeu a proteção informal do presidente da Casa, Hugo Motta. Aliados indicam que dificilmente haverá articulação política suficiente para reverter o quadro, e o processo de cassação pode entrar em pauta já nas próximas sessões deliberativas.

Com a confirmação da derrota na CCJ, Glauber se torna o novo símbolo do enfraquecimento da esquerda radical dentro do Congresso. A possível cassação deverá marcar mais um capítulo no acirramento entre as alas ideológicas da Câmara, especialmente em tempos de forte polarização política.