A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se pelo arquivamento de uma investigação que apurava suposta lavagem de dinheiro na compra de imóveis pela família Bolsonaro. O pedido foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) com base na ausência de indícios concretos que sustentem a continuidade do caso. A ação teve início após reportagens apontarem que Jair Bolsonaro, seus filhos e ex-esposas adquiriram 107 imóveis entre 1988 e 2022, sendo 51 pagos total ou parcialmente em dinheiro vivo, o que levantou suspeitas de irregularidades.
O parecer da PGR, assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet, argumenta que os elementos apresentados não configuram crime, destacando que o uso de dinheiro em espécie, embora incomum em grandes quantidades, não é ilegal por si só. A investigação, iniciada em 2023 a pedido do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), foi arquivada anteriormente em relação a Eduardo Bolsonaro, em 2021, por falta de provas, e agora a PGR estende essa conclusão ao restante da família. O caso chegou a ser rejeitado pelo ministro André Mendonça em novembro de 2023, mas voltou à tona com novos questionamentos.
A família Bolsonaro celebrou a decisão como uma vitória, afirmando que as acusações eram parte de uma campanha de difamação. Jair Bolsonaro, em redes sociais, chamou a investigação de “perseguição política” e disse que o arquivamento prova sua inocência. Seus filhos, como Carlos e Eduardo, também usaram plataformas online para reforçar que as compras foram legais, declaradas e compatíveis com suas rendas ao longo de décadas de vida pública.