
O encontro entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky, realizado no último sábado (26) no Vaticano, foi chamado de “milagre” pelo cardeal italiano Matteo Zuppi. A reunião dos dois líderes, poucos instantes antes do funeral do papa Francisco, ganhou forte simbolismo. Para Zuppi, ver dois personagens em lados opostos do conflito na Ucrânia conversando em um momento tão especial foi um reflexo da influência espiritual deixada pelo pontífice.
Em entrevista ao jornal italiano Repubblica, Zuppi ressaltou que Francisco sempre pregou o diálogo como instrumento de paz. O cardeal, que foi enviado do Vaticano para buscar a mediação na guerra, viu no breve encontro uma esperança. Para ele, o simples fato de Trump e Zelensky terem trocado palavras mostra que ainda há espaço para a diplomacia e a boa vontade entre líderes mundiais, mesmo diante das tensões.
Zuppi, atual presidente da Conferência Episcopal Italiana, possui ampla bagagem na resolução de conflitos internacionais, com atuação em regiões como Moçambique e Guatemala. Seguindo a linha do papa Francisco, ele defende que as soluções pacíficas são construídas pelo diálogo e não pela imposição da força. O cardeal destacou que Zelensky parecia mais sereno após a conversa, o que para ele já é um sinal de mudança.
O cardeal passou o final de semana em oração numa pequena igreja nos arredores de Bolonha antes de retornar ao Vaticano. Ele participará agora das congregações gerais, que preparam a eleição do novo pontífice. O conclave está previsto para começar no dia 7 de maio, e há expectativa de que o novo papa siga o caminho de diplomacia e atenção social aberto por Francisco.
O encontro entre Trump e Zelensky, no cenário imponente do Vaticano, serviu como lembrança de que, mesmo em tempos difíceis, ainda é possível encontrar pontes para o entendimento. A memória de Francisco, celebrada em seu funeral, parece ter cumprido um último gesto de aproximação entre povos divididos, deixando uma forte mensagem para toda a comunidade internacional.