Defesa desmonta narrativa da PF e expõe fraqueza das acusações

Os advogados de defesa dos integrantes do “núcleo 2” da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre um suposto plano de golpe, em 2022, tentam provar que há inconsistências nos argumentos apresentados pela Polícia Federal (PF), durante julgamento que ocorre nesta terça-feira (22), na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

Eduardo Nostrani, advogado do ex-diretor geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, disse antes do julgamento que as denúncias da PF são ¨vazias¨ e que Vasques ¨não pode ser punido por trabalhar¨. ¨Todo esse sofrimento que o Silvinei está passando é por mal feito da Polícia Federal e também por algumas denúncias vazias que a Polícia Federal teve como verdade e não investigou adequadamente. O Silvinei sempre atuou com dignidade e vai sair dessa muito bem, a gente confia nisso¨, disse.

Vasques teria articulado operações da PRF para impedir o acesso de eleitores do então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) às urnas no segundo turno das eleições. Já Luiz Eduardo Kuntz, advogado do ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Costa Câmara, que segundo a denúncia teria monitorado o ministro Alexandre de Moraes, disse esperar que os ministros do STF encaminhem a denúncia contra o núcleo para a primeira instância.

¨Eu acredito realmente que é o caso de encaminhar este núcleo, assim como os demais que não têm o presidente de República envolvido, para o primeiro grau, essa é uma grande expectativa da defesa¨, disse Kuntz. Já a defesa de Felipe Martins, ex-assessor da Presidência da República, disse acreditar na rejeição da denúncia. ¨Se não acontecer, o que eu não espero, segue a ação penal e nós vamos apresentar as provas que temos¨, disse o advogado Sebastião Coelho.

De acordo com a denúncia, Felipe Martins foi o responsável por elaborar uma minuta de decreto com teor golpista e teria apresentado o texto a Bolsonaro. Ele foi autorizado pelo STF e decidiu acompanhar o julgamento presencialmente no plenário da Primeira Turma.