
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural marcou para as 10 horas desta quarta-feira (2) uma sessão explosiva com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
O encontro foi convocado a partir de diversos requerimentos – em especial o nº 53/2025, assinado pelo presidente do colegiado, deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS). O parlamentar quer explicações sobre o que ele chama de “ações e omissões” da pasta que estariam prejudicando o setor agropecuário.
Entre os temas que prometem esquentar o debate está a participação da ministra no Acampamento Terra Livre, em abril, quando manifestantes indígenas tentaram invadir o Congresso. Para Nogueira, é preciso saber se Marina teria “endossado” ataques à imagem do produtor rural brasileiro.
Os deputados também exigem respostas sobre o salto nas queimadas de 2024 – foram 278.229 focos, o maior número desde 2010 – e sobre o índice recorde de degradação da Amazônia Legal, que subiu 482 % em 2025 segundo o Imazon.
A atuação do Ibama entrou na linha de tiro: o órgão bateu recorde de multas (R$ 729 milhões em 2024) e apreendeu cerca de 9 mil cabeças de gado, medidas que, segundo o colegiado, “geram insegurança jurídica” no campo.
Outro ponto de atrito será a demora na liberação de defensivos agrícolas. Mesmo com pareceres técnicos favoráveis da Anvisa e do Ministério da Agricultura, produtores reclamam que o aval ambiental do Ibama emperra a adoção de novas tecnologias nas lavouras.
A expectativa é de uma audiência tensa: parlamentares ruralistas querem pressionar Marina a detalhar critérios técnicos, enquanto a ministra dirá que está apenas cumprindo a lei ambiental.