
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deixou claro nesta terça-feira (29) que o Congresso Nacional não aceitará a PEC da Segurança Pública do jeito que foi enviada pelo governo Lula. Segundo ele, o Executivo tem o direito de propor, mas quem manda no texto final é o Parlamento. A declaração é um claro recado ao ministro Ricardo Lewandowski, que esteve na Câmara tentando justificar suas falas polêmicas sobre a atuação das polícias.
Durante audiência pública, Lewandowski tentou amenizar a repercussão da frase em que disse que “a polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar”. Ele alegou que foi tirado de contexto, mas não convenceu os deputados presentes. Em um momento de crescente insegurança no país, a fala do ministro foi vista como uma afronta aos policiais e uma demonstração de desprezo pela realidade vivida por milhões de brasileiros.
Lewandowski ainda afirmou que a pasta da Justiça está “de mãos dadas com a polícia”, tentando reconstruir sua imagem com as forças de segurança. No entanto, o estrago já estava feito. O próprio ministro admitiu que o orçamento da segurança pública está em frangalhos, após cortes de R$ 500 milhões em verbas essenciais. Isso evidencia o descaso do governo petista com uma das maiores prioridades da população: segurança.
Na mesma audiência, um momento de tensão expôs o clima hostil entre os parlamentares. Lindbergh Farias (PT) e Gilvan da Federal quase trocaram agressões e precisaram ser contidos. A cena revelou o quanto o tema da segurança pública ainda é tratado com brigas ideológicas, em vez de compromisso com o povo. Enquanto isso, brasileiros vivem acuados pela criminalidade crescente em todo o país.
Hugo Motta foi firme ao dizer que não aceitará a politização da PEC da Segurança. O parlamentar afirmou que, quando esse tipo de proposta é contaminada por ideologias, ela perde força e deixa de atender aos anseios da sociedade. O recado foi direto ao governo Lula, que tenta se apropriar do debate, mas falha em entregar resultados práticos para o cidadão comum.
Com a base aliada desgastada, Lewandowski tenta manter o controle da narrativa, mas as palavras não colam mais. A crise na segurança pública escancara o fracasso de um governo que prefere discursos a ações. O Congresso, ao menos neste caso, parece disposto a retomar o protagonismo e resgatar a pauta da segurança do lamaçal ideológico.