Uma multidão apedrejou e vaiou neste domingo (17) o candidato à presidência Andrónico Rodríguez, após o esquerdista votar no reduto político e sindical do ex-presidente Evo Morales, onde é considerado um “traidor” por se afastar do ex-governante e se candidatar por conta própria nestas eleições gerais.

Rodríguez foi votar na escola José Carrasco, no município de Entre Ríos, situado no Trópico de Cochabamba, reduto de Morales (2006-2019) na região central de Cochabamba, já com um atraso devido a uma pequena explosão que ocorreu anteriormente perto do local.

Quando o também presidente do Senado se preparava para falar com os jornalistas que cobriam a votação, as pessoas que estavam no local começaram a lançar pedras contra ele, segundo constatou a Agência EFE.

Diante do ataque, o candidato não fez mais declarações e saiu rapidamente do colégio eleitoral, onde um veículo o aguardava e também foi atingido pelas pedras, enquanto a multidão gritava “traidor”.

O ambiente em Entre Ríos é tenso, uma vez que antes de Rodríguez votar houve uma explosão perto do local.

Testemunhas relataram a veículos de imprensa locais que foi ouvido um forte estrondo no pátio traseiro do colégio José Carrasco e policiais da Força Especial de Luta Contra o Crime (Felcc) chegaram ao local para colher depoimentos e investigar o incidente.

Juan Carlos Campero, o promotor responsável pelo caso, afirmou aos meios de comunicação locais que “não houve danos materiais nem pessoais” e acrescentou que “a votação está ocorrendo normalmente”.

Rodríguez é o candidato de esquerda mais bem posicionado nas pesquisas, ficando entre o terceiro e o quarto lugar, atrás dos opositores Samuel Doria Medina, da aliança Unidade, e do ex-presidente Jorge ‘Tuto’ Quiroga (2001-2002), da aliança Livre, que poderiam disputar um inédito segundo turno.

O candidato da aliança Popular era considerado o herdeiro político de Morales, mas decidiu se candidatar por conta própria, o que fez o ex-governante qualificá-lo como “traidor”.

Morales não participa destas eleições por uma disposição constitucional que o impede de concorrer novamente, já que governou o país em três períodos e também não tem partido político, por isso promove o voto nulo.

A campanha pelo voto nulo foi intensa no Trópico de Cochabamba, e várias pessoas em Entre Ríos alertaram que, se essa opção não for a maioria na área, queimarão as urnas eleitorais.

Mais de 7,5 milhões de pessoas são esperadas nas urnas em território boliviano para eleger o presidente, o vice-presidente e os parlamentares do Legislativo, e outros 369.308 cidadãos votarão no exterior.

As eleições ocorrem em meio a uma forte crise econômica, marcada pela falta de dólares, escassez de combustível e a pior inflação em décadas.

*EFE

By Jornal da Direita Online

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