
A oposição ao governo Lula subiu o tom e decidiu endurecer o jogo na Câmara dos Deputados. Parlamentares de direita anunciaram uma “obstrução total” como forma de pressionar o presidente da Casa, Hugo Motta, a pautar a urgência do PL da Anistia. O projeto busca corrigir uma das maiores injustiças da atualidade: a prisão arbitrária de brasileiros envolvidos nos atos de 8 de janeiro, muitos dos quais seguem encarcerados sem julgamento justo.
A decisão de Motta de não levar o requerimento à votação foi recebida com revolta por aliados de Jair Bolsonaro. Ainda assim, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, viu sinais positivos na reunião do Colégio de Líderes. Segundo ele, apesar do recuo momentâneo, dois avanços importantes foram conquistados para a tramitação da anistia, o que anima os defensores da liberdade.
Sóstenes destacou que até mesmo líderes da esquerda reconheceram os abusos cometidos pelo STF na dosimetria das penas aplicadas aos réus do 8 de janeiro. Esse reconhecimento, segundo ele, representa uma vitória importante, pois escancara o exagero das sentenças e fortalece o argumento de que o projeto da anistia é necessário para restabelecer o equilíbrio jurídico.
Outro ponto comemorado pelo líder do PL foi o consenso entre os parlamentares sobre a necessidade de conhecer o texto final antes da votação. Isso mostra que o projeto está sendo levado a sério e que o debate ainda está vivo no Parlamento, apesar da tentativa de setores da esquerda de enterrar o assunto para manter a perseguição política em curso.
Sóstenes também explicou que o substitutivo ao projeto original ainda não foi apresentado porque depende da nomeação formal de um relator. A proposta, segundo ele, será objetiva: focará exclusivamente no dia 8 de janeiro, com garantias de respeito ao devido processo legal, penas individualizadas e foco em quem realmente agiu, com base em provas claras e documentadas.
O líder do PL reforçou que o partido não recuará em sua missão de fazer justiça a todos os atingidos pela criminalização das manifestações. Ele sugeriu que o deputado Rodrigo Valadares assuma a relatoria do projeto e garantiu que a luta continuará até que o PL da Anistia esteja pautado e aprovado. “Não vamos retroceder um milímetro”, declarou, em firme recado à base do governo.