Com as restrições abusivas impostas pelo STF, Michelle Bolsonaro desponta como liderança estratégica para manter vivo o movimento bolsonarista em todo o país. Impedido de sair de Brasília por ordens do ministro Alexandre de Moraes, o ex-presidente Jair Bolsonaro encontra na ex-primeira-dama sua principal porta-voz em tempos de censura e perseguição.
Desde que a Polícia Federal colocou tornozeleira eletrônica em Bolsonaro no dia 18 de julho, sua atuação pública ficou limitada. Além disso, ele sofre recolhimento noturno, restrição de finais de semana, proibição de uso de redes sociais e de comunicação com aliados — um pacote que mais parece prisão domiciliar disfarçada, sem condenação ou julgamento.
Diante desse cenário autoritário, Michelle Bolsonaro intensificou suas viagens, falas públicas e articulações políticas, ocupando o vácuo deixado pelas restrições judiciais ao marido. No dia 25, esteve na Paraíba, onde foi aclamada como liderança legítima. O ex-ministro Marcelo Queiroga reforçou: “Iremos nos guiar por Michelle, que é uma figura excepcional.”
Em agosto, ela segue para Rondônia com agenda voltada ao fortalecimento do PL e do legado de Jair Bolsonaro. Apesar de não declarar abertamente uma candidatura presidencial, Michelle tem dito nos bastidores que “foi levantada por Deus para esta hora” e que luta contra o sistema que tenta sufocar a voz conservadora no país.
Apesar de algumas resistências isoladas, como a do pastor Silas Malafaia, que rejeita a ideia de “voz única”, a verdade é que Michelle se consolida como ponte direta com os dois maiores pilares do bolsonarismo: evangélicos e mulheres conservadoras. Sua presença firme e linguagem de fé vêm ganhando cada vez mais apoio popular.
Para muitos no PL, não há substituição de Bolsonaro, mas Michelle surge como extensão natural de sua força. O deputado Sóstenes Cavalcante resume o sentimento crescente: “Jair Bolsonaro é único. Mas com as restrições a ele, a possibilidade de lançar Michelle amadurece mais e mais.” O sistema pode tentar calar um, mas não calará a missão.