
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), atualmente licenciada e foragida na Itália, decidiu protocolar sua defesa no processo de cassação que enfrenta na Câmara dos Deputados — mas com uma exigência contundente: só participará de uma acareação com o hacker Walter Delgatti Neto se for por videoconferência.
A estratégia é clara: Zambelli não aceita voltar ao Brasil neste momento, diante de um Supremo Tribunal Federal que já mostrou perseguição aberta contra opositores do sistema. O advogado da parlamentar, Fábio Pagnozzi, foi incisivo ao protocolar a defesa nesta quarta-feira (2): “Ela não está fugindo da pena, está fugindo da injustiça”, declarou, deixando evidente a desconfiança quanto à imparcialidade do STF.
Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão e à perda do mandato pela Primeira Turma do Supremo, no caso relacionado ao Conselho Nacional de Justiça. Mesmo assim, sua defesa segue firme, argumentando que a deputada tem direito à ampla defesa, inclusive por meios tecnológicos, como já ocorre em inúmeras audiências judiciais no país.
Segundo Pagnozzi, não existe até agora qualquer ordem oficial do Ministério da Justiça da Itália para prender Zambelli. O advogado desmentiu rumores alimentados pelo embaixador brasileiro de que a polícia italiana já estaria prestes a capturá-la: “Está muito longe da verdade”, afirmou, denunciando o exagero e a má-fé política por trás da narrativa.
A verdade é que o processo de extradição ainda precisará seguir os trâmites legais no sistema judicial italiano, o que pode levar meses. Enquanto isso, Zambelli se mantém firme, pronta para se defender, mas não aceita se entregar a um tribunal que, na visão dela e de muitos conservadores, tem agido com viés político e perseguição seletiva.