O acordo anunciado pelo governo Lula para devolver os descontos indevidos nas aposentadorias do INSS está revoltando parlamentares e aposentados em todo o país. A proposta prevê que quem aceitar o reembolso administrativamente deverá abrir mão do direito de acionar a Justiça por danos morais, mesmo tendo sido vítima de fraudes e manipulação sindical.
A devolução está disponível a partir desta sexta-feira (11), mas apenas para quem aceitar as regras do acordo. Para os aposentados que não reconhecem a filiação a sindicatos e associações, restará apenas o caminho judicial — uma batalha lenta, cara e exaustiva, justamente para quem mais precisa de amparo.
O senador Rogério Marinho denunciou o esquema, chamando o acordo de mais um “golpe nos aposentados”. Segundo ele, milhares de brasileiros foram descontados sem consentimento e agora são forçados a provar sua inocência. “Com o aval do STF, a palavra da associação vale mais que a do aposentado!”, disparou Marinho, apontando que Lula, sindicatos e entidades estariam protegidos por um sistema de compadrio.
A medida levanta fortes suspeitas de favorecimento a entidades ligadas à base do governo, enquanto o povo, como sempre, paga a conta. A inversão de valores é gritante: o cidadão que teve seu salário atacado é quem precisa implorar justiça, enquanto os autores do desconto permanecem blindados pelo sistema.