
Antes mesmo de embarcar, a nova viagem internacional de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já gerou forte reação internacional. O presidente brasileiro decidiu prestigiar as comemorações do 80º aniversário do Dia da Vitória em Moscou, evento de grande simbolismo militar para o regime de Vladimir Putin. A presença de Lula ao lado de soldados russos, em plena Praça Vermelha, foi encarada como um sinal claro de apoio ao governo responsável pela invasão da Ucrânia.
O gesto foi duramente criticado por autoridades ucranianas, especialmente após mais um convite para que Lula visitasse Kiev antes da ida à Rússia. O pedido, feito em 28 de abril pelo embaixador da Ucrânia no Brasil, Andrii Melnyk, foi ignorado pelo Planalto. Até o momento, não há qualquer sinal de que Lula tenha incluído a Ucrânia no roteiro oficial. A resposta do governo brasileiro foi fria: “aguardamos um convite formal”. A declaração gerou revolta imediata em Kiev.
Fontes diplomáticas ucranianas denunciaram que o convite de Zelensky está “na mesa de Lula” há quase dois anos. Um diplomata do alto escalão, em tom de indignação, afirmou que o governo ucraniano não pretende “enviar novos convites toda semana como Lula deseja”. A fonte classificou a postura brasileira como “nojenta e vergonhosa” e acusou o presidente petista de preferir saudar soldados que estariam cometendo crimes de guerra contra civis.
A aproximação do governo Lula com Moscou ocorre num momento em que o mundo democrático isola a Rússia. Ao optar por estar presente ao lado de Putin durante uma celebração militar — que incluirá tropas que lutam na linha de frente da invasão à Ucrânia —, Lula mais uma vez se afasta do Ocidente e reforça sua simpatia por regimes autoritários. A diplomacia brasileira, sob o comando de Mauro Vieira, apenas acompanha calada mais um desgaste internacional do país.
Em vez de manter postura neutra, o governo petista demonstra desprezo pelas vítimas do conflito e reforça seu papel como aliado de ditadores. Lula tenta se vender como mediador da paz, mas sua ausência em Kiev e seu entusiasmo em Moscou desmascaram essa encenação. A “neutralidade” brasileira parece ter cor e lado: o vermelho russo. A Ucrânia, que luta pela sobrevivência, esperava mais de um país que se diz defensor da democracia.
Enquanto isso, o Brasil assiste calado à deterioração de sua imagem no cenário internacional. A cada novo gesto, Lula mostra mais afinidade com tiranos e menos compromisso com valores que o Ocidente defende. A ida à Rússia, sem sequer considerar uma visita à Ucrânia, é mais um tapa na cara dos que acreditavam que o Brasil poderia exercer um papel equilibrado no conflito. Mas com Lula no comando, o desequilíbrio é a única certeza.