Revelados os detalhes da prisão de ex-presidente em aeroporto por ordem de Moraes

O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso nesta sexta-feira (25), em Maceió, enquanto se dirigia a Brasília para cumprir voluntariamente a decisão judicial do ministro Alexandre de Moraes. A detenção ocorreu por volta das 4h da manhã e pegou aliados e até membros da imprensa de surpresa. Apesar do deslocamento espontâneo, a ordem de prisão foi executada sem qualquer ponderação.

Segundo nota oficial da defesa, Collor estava em trânsito para se apresentar à Justiça quando foi interceptado. A prisão se deu na Superintendência da Polícia Federal em Alagoas, onde permanece custodiado. Moraes decidiu pela prisão após rejeitar o segundo recurso da defesa, o que foi interpretado por muitos como uma medida desnecessariamente rigorosa, com viés político.

Collor foi condenado em 2023 a 8 anos e 10 meses de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O caso envolve suposto favorecimento à BR Distribuidora, atual Vibra, com base em delações premiadas. A acusação surgiu a partir da colaboração de Ricardo Pessoa, da UTC, no contexto da Lava Jato.

Além da prisão, Collor foi condenado ao pagamento de 90 dias-multa, à devolução solidária de R$ 20 milhões aos cofres públicos e à inelegibilidade por quase duas décadas. É o fim de uma trajetória política que começou nos anos 80, alcançou a Presidência da República e termina agora com o peso de uma condenação definitiva.

A forma e o momento da prisão evidenciam mais do que um simples cumprimento de ordem judicial. Para muitos, trata-se de uma exibição de força por parte de Moraes, que tem colecionado decisões controversas envolvendo nomes ligados à direita. A Justiça, mais uma vez, dá sinais preocupantes de seletividade.