Povo reage e mais um ministro de Lula deve cair

A insatisfação da população com a gestão do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, atingiu um patamar alarmante. De acordo com uma pesquisa realizada pela AtlasIntel, divulgada nesta quinta-feira (1º), nada menos que 85% dos brasileiros são favoráveis à demissão do ministro, em meio ao escândalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que resultou em descontos indevidos sobre aposentadorias e outros benefícios previdenciários.

A pesquisa, conduzida entre os dias 29 de abril e 1º de maio, ouviu 1.000 pessoas e apresentou margem de erro de 3 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%. Os dados mostram que o sentimento de reprovação é generalizado, alcançando inclusive a base do governo. Entre os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 77% apoiam a saída de Lupi. O número salta para 94,6% entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A percepção negativa também é impulsionada pelo grau de conhecimento da população sobre o caso: 84,4% dos entrevistados afirmaram estar cientes das denúncias envolvendo o INSS. Além disso, 6,4% relataram ter sido vítimas diretas dos descontos indevidos, enquanto 35,6% disseram conhecer alguém afetado. Apenas 58% declararam não ter tido envolvimento direto com o problema ou desconhecer vítimas.

Operação Sem Desconto e falhas no INSS agravam cenário

A crise ganhou proporções maiores após a deflagração da Operação Sem Desconto pela Polícia Federal, em 23 de abril. A ação, realizada em 14 unidades da federação, resultou no cumprimento de 211 mandados de busca e apreensão, além de seis prisões temporárias. O foco da investigação está em um esquema de cobranças indevidas em benefícios previdenciários, viabilizado por entidades conveniadas ao INSS.

Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), responsável pelas primeiras apurações iniciadas em 2023, o esquema envolvia entidades que cobravam dos aposentados sem a devida autorização. Das 29 instituições auditadas, 70% não apresentaram a documentação obrigatória ao INSS, e muitas sequer possuíam estrutura adequada para prestar os serviços prometidos aos beneficiários.

Como reflexo das irregularidades, seis pessoas foram afastadas de seus cargos, entre elas o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. O órgão está subordinado ao Ministério da Previdência Social, comandado por Lupi, que vem sendo pressionado a dar explicações sobre o caso, mas até o momento resiste à ideia de renúncia.