
A colunista Miriam Leitão tentou, mais uma vez, limpar a barra da esquerda e do Supremo Tribunal Federal ao comentar a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Em sua coluna no jornal O Globo desta sexta-feira (25), ela justificou por que Collor está preso, enquanto petistas condenados por corrupção seguem livres. A desculpa, claro, foi que o caso do ex-senador não tem origem em Curitiba, e, portanto, não estaria contaminado pelos supostos “vícios” atribuídos ao então juiz Sergio Moro.
O senador Sergio Moro, porém, não deixou barato e foi direto ao ponto em suas redes sociais. Segundo ele, a origem do processo contra Collor está, sim, ligada à Lava Jato de Curitiba. Ele lembrou que foi ele próprio quem autorizou a busca que levou à descoberta dos comprovantes de depósitos na conta de Collor, localizados no escritório do doleiro Alberto Youssef. Essa foi, inclusive, a base de toda a investigação. Ou seja, Miriam usou uma informação falsa para defender o STF e justificar o padrão duplo da Corte.
O próprio jornal O Globo, ironicamente, havia publicado em 2014 que a Polícia Federal encontrou oito depósitos fracionados, somando R$ 50 mil, feitos por Youssef diretamente para o então senador Fernando Collor. A informação constava em relatório enviado por Moro ao ministro Teori Zavascki, que era o relator da Lava Jato no Supremo. Em outras palavras: a tentativa de blindar o STF e atacar Curitiba foi desmontada com fatos incontestáveis.
O site O Antagonista também fez uma crítica certeira ao episódio. Segundo o portal, é provável que a “fonte” citada por Miriam Leitão seja um dos próprios ministros do STF ou assessores próximos, incomodados com a repercussão negativa do duplo padrão aplicado pela Corte. O site lembrou que o Supremo, que antes demonizava certas práticas, hoje age com “relação promíscua” com o Executivo e o Legislativo, punindo seletivamente apenas quem não faz parte da turma.
A narrativa de que o STF age como guardião da moralidade já não convence ninguém. Enquanto aliados de Lula seguem blindados, Collor virou alvo para servir de exemplo. A hipocrisia está escancarada: quando interessa, a Lava Jato vale; quando ameaça os “companheiros”, tudo vira abuso. Mas os fatos, como mostrou Moro, continuam resistindo à manipulação da velha imprensa.
