Luiz Inácio Lula da Silva decidiu, de última hora, alterar o local do anúncio de um programa habitacional que seria feito nesta quinta-feira (26). Inicialmente marcado para um galpão do MST, o evento foi transferido para a Favela do Moinho, no centro de São Paulo, após o petista reclamar da ausência de público popular no ato planejado.
Segundo interlocutores, Lula avaliou que o galpão, reservado apenas para movimentos sociais aliados, ficaria distante da população real beneficiada. Incomodado com o “cenário esvaziado”, decidiu levar a cerimônia para dentro da própria comunidade. A mudança foi feita para tentar evitar mais um desgaste de imagem, diante do baixo engajamento popular.
O local anterior havia sido escolhido por motivos de segurança, mas o governo voltou atrás e confirmou a realização do evento dentro da favela. A ação é vista como uma tentativa de Lula de reconectar sua imagem com as periferias, onde sua popularidade já não é a mesma das décadas passadas.
Na cerimônia, será detalhado o acordo entre os governos federal e estadual para promover moradias por meio do programa Compra Assistida, que já foi aplicado no Rio Grande do Sul. A ideia é usar a mesma estrutura para contemplar famílias da Favela do Moinho com imóveis subsidiados.
Cada morador poderá escolher um imóvel de até R$ 250 mil, sendo R$ 180 mil bancados pelo governo federal e os R$ 70 mil restantes pagos pelo governo de São Paulo. O programa tem sido anunciado como solução emergencial, mas especialistas questionam sua viabilidade a longo prazo.
A transferência do evento também levanta suspeitas de que o governo petista estaria mais preocupado com marketing político do que com soluções reais. A mudança às pressas escancarou a dificuldade de mobilização e o enfraquecimento do apoio popular, inclusive entre movimentos antes fiéis.