
Uma denúncia grave e assustadora veio à tona nesta quinta-feira (24), publicada pelas jornalistas Leticia Guedes e Mirelle Pinheiro no site Metrópoles. Segundo a reportagem, um esquema de pressão e perseguição profissional estaria sendo comandado por integrantes da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do DF (Coopanest-DF).
O alvo principal seria um hospital particular de Brasília que rompeu com a cooperativa, encerrando uma relação de monopólio sobre os serviços de anestesiologia. De acordo com a denúncia, após a quebra do contrato, o grupo passou a atuar com ameaças, retaliações, processos internos e intimidações contra médicos e contra a própria instituição.
O estopim para o rompimento teria sido a ampliação das salas cirúrgicas do hospital. A direção exigiu da cooperativa uma contrapartida para os custos da expansão, o que foi negado pela Clínica de Anestesiologia de Brasília (CAB), ligada à Coopanest. Com a negativa, o hospital passou a contratar anestesistas independentes, dando início a um movimento de cerco institucional.
Um dos trechos mais chocantes da denúncia foi a transcrição de uma mensagem enviada ao filho do dono do hospital: “É melhor convencer o velho, porque nós vamos fechar o hospital dele”. A frase resume o tom de coação utilizado pelo grupo, conhecido como a “máfia da anestesia”, para tentar sufocar a liberdade do hospital e silenciar profissionais independentes.
A reportagem também revela que os anestesistas que aceitaram trabalhar no hospital após a mudança foram imediatamente alvos de represálias. Houve denúncias internas, ameaças de expulsão da cooperativa, e até intimidações que envolveram familiares dos médicos. Profissionais passaram a ser perseguidos por supostas infrações éticas.
Em um dos casos mais alarmantes, uma médica foi alertada por colegas de que seu filho recém-formado “não arrumaria emprego em Brasília” caso ela insistisse em seguir atuando no hospital. O episódio revela um padrão de pressão psicológica e intimidação que, se confirmado, coloca em risco a autonomia médica e a própria liberdade profissional.