
Mensagens e cartas revelam que integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) tentaram se aproximar do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF). Emissários ligados à facção viajaram até Brasília para tentar agendar encontros com o magistrado.
As conversas interceptadas mostram que a filha do traficante conhecido como Tiquinho, mencionou dificuldades para garantir uma reunião direta com Nunes Marques. As mensagens reforçam o interesse em influenciar processos em tramitação no Supremo. O STF, por sua vez, informou que audiências de ministros com advogados são procedimentos normais para ouvir argumentos das defesas e que, no caso específico, todas as decisões tomadas por Nunes Marques foram desfavoráveis ao integrante do PCC.
Sem sucesso, o próprio criminoso orientou sua defesa a pedir a redistribuição dos processos para o ministro Edson Fachin e esse é o ponto fundamental da questão. É esse o fato mais impressionante nessa história. Sim, não é a tentativa de coação ao ministro Nunes Marques, coisa que pode acontecer em processos penais, mas sim a tentativa do traficante de redistribuir o processo para o ministro Edson Fachin.
Fica a nítida impressão de que tentaram mudar para Fachin, porque com ele a facção tem facilidade para o ‘diálogo’. Isso poderia se transformar no maior escândalo da história do Judiciário brasileiro, mas foi totalmente abafado.