
Com a morte do Papa Francisco, a Igreja Católica entra oficialmente em um novo período de transição. A atenção agora se volta para o conclave, o processo de escolha do novo líder da Santa Sé. Esse momento é sempre cercado de muita expectativa, pois além de definir o próximo papa, pode também indicar os rumos que a Igreja pretende seguir nos próximos anos.
O conclave é composto exclusivamente por cardeais com menos de 80 anos de idade. São esses religiosos que possuem o direito de votar, e o processo ocorre a portas fechadas, dentro da Capela Sistina, no Vaticano. A eleição exige maioria qualificada: o novo papa só é escolhido quando um dos candidatos recebe dois terços dos votos. O último conclave foi realizado em março de 2013, após a renúncia de Bento XVI. Na ocasião, Francisco foi escolhido por 116 dos 120 cardeais presentes.
A sua eleição quebrou diversas tradições: ele foi o primeiro papa jesuíta, o primeiro latino-americano e também o primeiro a adotar o nome Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis.
Entre os nomes mais cotados para sucedê-lo está o italiano Matteo Zuppi. Arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, ele tem boa relação com o falecido pontífice e já atuou como enviado papal em negociações de paz. Seu perfil moderado e diplomático agrada grande parte dos cardeais europeus.
Outro nome com força no conclave é o filipino Luis Antonio Tagle, arcebispo de Manila. Considerado simpático, carismático e alinhado às reformas de Francisco, Tagle representa a força crescente da Igreja na Ásia, especialmente em tempos de expansão católica no continente. Ele também já ocupou cargos importantes no Vaticano.
O ganês Peter Turkson, com vasta experiência na Cúria Romana e forte atuação em temas ligados à justiça social, também é apontado como um possível favorito. Caso eleito, se tornaria o primeiro papa negro da história. Já o húngaro Péter Erdő é outra opção europeia que pode ganhar força, dependendo dos acordos internos no conclave.
O Brasil, como um dos maiores países católicos do mundo, também entra no radar. Com a recente nomeação de dom Jaime Spengler como cardeal, o país passa a ter sete eleitores no conclave. Além de Spengler, dom Leonardo Steiner e dom Paulo Cezar Costa são nomes que podem surpreender, embora ainda sejam considerados opções menos prováveis.
A escolha do novo papa não depende apenas de fé, mas também de geopolítica e influência interna. O mundo observa com atenção os próximos passos do Vaticano. A decisão tomada nos próximos dias poderá marcar profundamente o futuro da Igreja Católica e sua presença em um cenário internacional cada vez mais complexo.