Fux fez uma jogada de mestre. Cercado por votos previsíveis na 1ª Turma, onde era quase sempre voto vencido, decidiu mudar o tabuleiro: pediu ao presidente Fachin para migrar para a 2ª Turma. O pedido ainda não foi decidido, mas o simples gesto já redesenha o xadrez interno do Supremo.

Na 2ª Turma, Fux encontraria Nunes Marques e André Mendonça, formando uma maioria capaz de devolver racionalidade ao tribunal em julgamentos penais e processuais. É ali, nas turmas, que nascem as decisões que realmente mudam o destino de pessoas: habeas corpus, nulidades, revisões. E o critério é simples, se o relator é da 2ª Turma, o caso fica ali. Quando o sorteio escapa da prevenção de Moraes, o jogo muda de lado.

Com essa manobra, Fux não tenta desafiar o plenário; ele abre uma frente paralela de equilíbrio. Sai da posição de voto isolado para se tornar um vetor de maioria. Cada HC deferido, cada prisão revogada, cada prova anulada por excesso, é uma reintrodução do devido processo num STF que vinha operando por narrativa, não por norma.

Ainda falta o “sim” de Fachin, é verdade. Mas, mesmo antes da resposta, o recado já foi dado: Fux não vai assistir calado à erosão das garantias. Ele escolheu o campo onde pode vencer. E, no tabuleiro do Supremo, isso já muda tudo.

Diego Muguet. Economista.

Jornal da cidade

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