Nasi, vocalista da banda Ira!, voltou aos holofotes ao justificar a expulsão de apoiadores de Jair Bolsonaro de um show no início do ano. Em entrevista, o cantor atribuiu quatro cancelamentos no Sul a um “produtor cagão” que não teria sustentado a pressão de “milícias digitais”. O artista, porém, ignorou o óbvio: quando o ódio ao público vira regra, o mercado responde à altura. Afinal, quem fecha as portas para parte dos pagantes não pode reclamar do eco de plateia vazia.

Mesmo reconhecendo que a região Sul é “mais conservadora”, Nasi diz que o episódio não representa seus moradores. Tenta assim blindar-se do próprio estigma: a intolerância travestida de coragem. Soa contraditório apontar “terrorismo” de contratantes enquanto se promove caça às bruxas ideológica no palco. Democracia para ele é mão única: vale o grito, desde que ninguém discorde.

“O cara [produtor] foi cagão. Vários outros contratantes receberam essas ameaças, bancaram e tiveram sucesso. Porque nossos shows, desde o primeiro, estão lotados. Aqui em São Paulo, tivemos que abrir uma noite extra na Vibra. Quase 6 mil pessoas cabem lá”, disse.

“Isso foi milícia digital. Nosso show de novembro em Porto Alegre já está praticamente esgotado. Fizeram um terrorismo com os contratantes, literalmente”, explicou.

Curiosamente o rockeiro, tido como ícone do progressismo cultural, resolveu criticar a esquerda “bunda-mole” que, segundo ele, evita confusão quando a situação aperta. Em contraste, admitiu que a direita “entra na dividida” e luta pelo que acredita. Aqui surge a ironia: foi justamente essa direita combativa que ele tentou calar, expulsando fãs por mera divergência política. O conceito de pluralidade virou letra morta na partitura de quem prega diversidade, mas censura microfones adversos.

Aos 63 anos, Nasi divulga seu novo disco solo, Solo Ma Non Troppo, com releituras de Tim Maia e Martinho da Vila. Talvez, entre riffs e refrões, ele devesse aprender com esses mestres que arte verdadeira dialoga com todas as vozes — inclusive as que desafinam contra seu ego. Quando a plateia é selecionada a dedo, a liberdade artística perde o tom e vira mera propaganda de tribo.

O episódio expõe uma lição simples: intolerância é péssimo negócio. Os cancelamentos no Sul demonstram que o público cansou de patentes morais distribuídas no palco. Se Nasi quer lotar casas novamente, talvez seja hora de deixar a militância de lado, afinar o discurso e lembrar que rock nasceu para questionar o poder — não para replicar censura de quem se acha dono da verdade.

By Jornal da Direita Online

Portal conservador que defende a verdade, a liberdade e os valores do povo brasileiro. Contra a censura, contra o comunismo e sempre do lado da direita.

One thought on “Vocalista do Ira! Surta ao ter show cancelado e ataca produtor “Cagão””
  1. Quem é mesmo esse sujeitando? E essa banda lixo, que não cria nada de interessante, vai regravar artistas que fizeram grande sucesso, porque produziram coisas bonitas, durante o Regime Militar!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *