
O jornalista Octavio Guedes, da GloboNews, ironizou nesta sexta-feira (26) a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, ordenada por Alexandre de Moraes, e comparou de forma debochada o caso com o da ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia. Heredia, que foi condenada em seu país por corrupção, recebeu asilo no Brasil pelo governo Lula e vive em liberdade, com status diplomático.
Guedes usou tom sarcástico para criticar o que muitos já chamam de dois pesos e duas medidas no sistema judicial e diplomático brasileiro. “Azar do Collor que ele não é ex-primeira-dama do Peru. Se fosse, tava andando de jato da FAB e solto no Brasil”, disparou o jornalista ao vivo, escancarando a contradição gritante entre a severidade imposta a Collor e o acolhimento dado a Heredia.
A fala de Guedes não passou despercebida e viralizou nas redes sociais. Ele ainda fez referência à Operação Lava Jato, criticando a anulação de provas por vícios processuais e ironizando a forma como a Justiça passou a tratar os condenados. “Foram no inferno e falaram: capeta, quantas pessoas tem aí? 200. Então libera todo mundo”, disse, ao descrever o desmonte da operação que revelou esquemas bilionários de corrupção.
Fernando Collor foi condenado a 8 anos e 10 meses de prisão por envolvimento em um esquema de propina na BR Distribuidora. Enquanto ele foi preso pela Polícia Federal na madrugada, Heredia — mesmo sendo ré por corrupção — ganhou refúgio político no Brasil, com a conivência do atual governo petista, o mesmo que dizia combater a corrupção e defender a justiça.
A contradição salta aos olhos. A justiça brasileira tem se mostrado rápida e implacável com certos alvos, enquanto demonstra uma generosidade seletiva com aliados ideológicos e figuras ligadas a governos da esquerda latino-americana. O caso da ex-primeira-dama peruana é mais um retrato da inversão de valores promovida pelo governo Lula, que usa o aparato estatal para proteger seus amigos e punir seus críticos.
No fim das contas, Octavio Guedes, mesmo de dentro da emissora mais alinhada ao sistema, colocou o dedo na ferida. O Brasil parece viver sob um sistema onde as decisões judiciais e diplomáticas são ditadas não pela justiça, mas pela conveniência política — e isso, para qualquer democrata de verdade, é inaceitável.