
O Advogado-Geral da União, Jorge Messias — apelidado nas redes como “Bessias” desde os tempos do áudio vazado de Lula — fez uma revelação explosiva durante uma entrevista em Lisboa, onde participa do evento organizado pelo ministro Gilmar Mendes, o famoso “Gilmarpalooza”.
Ao ser questionado por uma jornalista sobre tratativas envolvendo o Supremo e a derrubada do decreto do IOF, Messias não apenas confirmou que falou com ministros da Corte, como afirmou que isso ocorreu “antes mesmo de qualquer judicialização”.
Ou seja: antes mesmo do processo ser protocolado, o governo já estava dialogando com quem, teoricamente, deveria julgar de forma imparcial.
A fala do AGU foi clara e direta:
“Olha, eu tenho discutido com os ministros do Supremo, até pelo papel que exerço na condição de Advogado-Geral da União, antes mesmo de qualquer judicialização.”
A reação imediata veio do jurista André Marsiglia, que apontou um possível escândalo jurídico: segundo o artigo 145 do Código de Processo Civil, o juiz será considerado suspeito se “aconselhar alguma das partes sobre o objeto da causa”.
Em outras palavras: se algum ministro conversou previamente com o AGU sobre o mérito da ação, não pode mais julgar o caso — sob pena de invalidar todo o processo por vício de suspeição.
Para o campo conservador, a declaração do AGU soa como confissão pública de conluio entre Executivo e Judiciário, o que agride diretamente os princípios da imparcialidade e da separação dos Poderes.
A pergunta que ecoa é: com quais ministros Messias conversou?
Se houve troca de informações sobre o conteúdo da ação, os ministros envolvidos deveriam imediatamente se declarar impedidos. O silêncio da Corte diante dessa bomba revela o tamanho do constrangimento institucional causado pelas palavras do próprio chefe da AGU.
Mais uma vez, o governo Lula e seus operadores parecem ver o Supremo como uma extensão política do Planalto, e não como um tribunal independente.
Messias transformou o STF numa espécie de “conselho jurídico do governo”, e a fala foi entregue sem pudor, diante de jornalistas, ministros e autoridades.
Para muitos, esse tipo de articulação prévia com julgadores só confirma o que milhões de brasileiros já sentem: a Justiça brasileira perdeu o pudor e a máscara da neutralidade.
Agora, caberá à sociedade cobrar transparência. O AGU deve revelar os nomes dos ministros com quem tratou e os mesmos devem, por decência mínima, se afastar do julgamento da ADC.
Ou assistiremos novamente à blindagem togada para os aliados do poder — enquanto o povo assiste calado ao sepultamento da confiança no Judiciário.