
O governo do presidente Donald Trump estuda aplicar sanções contra o Banco do Brasil após a instituição ter fornecido um cartão Elo ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, que havia tido seu cartão Mastercard cancelado em meio às restrições impostas pelos Estados Unidos. A medida faz parte do endurecimento da relação de Washington com Brasília, especialmente diante do julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo.
Segundo informações da CNN Brasil, a Casa Branca avalia acionar a Lei Magnitsky, legislação que permite punir indivíduos e entidades estrangeiras acusadas de violar direitos ou dar suporte a pessoas sancionadas. Nesse cenário, o Banco do Brasil pode entrar diretamente na lista de instituições a serem alvo de sanções econômicas, o que ampliaria ainda mais a tensão diplomática.
A justificativa da equipe de Trump é de que, ao fornecer um cartão a Moraes, o banco estatal teria prestado auxílio a um agente já alvo de medidas restritivas nos EUA. As sanções em estudo incluem restrições financeiras, comerciais e possíveis bloqueios a operações internacionais do Banco do Brasil em solo americano. O movimento ocorre em paralelo às discussões sobre tarifas impostas a produtos brasileiros.
O episódio reflete um aumento do atrito político entre Trump e o governo Lula, que tem defendido Moraes e criticado publicamente as sanções impostas por Washington. Para os americanos, porém, a pressão é uma forma de sinalizar que não tolerarão instituições que ajudem pessoas enquadradas em punições oficiais. A disputa promete elevar a temperatura do já delicado cenário internacional.
Com o julgamento de Bolsonaro prestes a começar, a ofensiva contra o Banco do Brasil é vista como um recado direto de Trump ao Planalto. A Casa Branca quer mostrar que, se Brasília insistir em confrontar Washington, os efeitos serão sentidos não apenas no campo diplomático, mas também no sistema financeiro, atingindo diretamente uma das principais instituições estatais brasileiras.