A esquerda latino-americana se mobiliza para questionar o resultados da eleições presidenciais no Equador. Liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile (foto) aderiu ao discurso da candidata derrotada Luisa González, que não reconheceu a derrota para o reeleito Daniel Noboa.
“Imaginem o que um governo que decreta estado de sitio 48h antes das eleições para que as Forças Armadas controlem as pronvincias faz com as urnas sob seu controle? Assim Noboa se reelegeu. E Trump tem mais um filhote para mandar na América do Sul. Uma vergonha”, questionou Stedile em seu perfil no X.
Na verdade, foi decretado estado de exceção em sete províncias, sob alegação de combate à violência causada pelo tráfico de drogas. O decreto envolve medidas como suspensão aos direitos à inviolabilidade do domicílio e da correspondência e à liberdade de reunião, além de impor um toque de recolher noturno de sete horas.
Resultado
Com mais de 94% dos votos apurados, dados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral do Equador mostraram que o atual presidente recebeu 56% dos votos válidos, ante 44% da representante da esquerda, apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa.
“Vamos pedir recontagem e a reabertura das urnas. Testemunhamos como o abuso de poder nunca cessou, usando o Conselho Nacional Eleitoral para fazer o que bem entende e atropelar a democracia”, disse Luisa González a apoiadores, sem detalhar que irregularidades teriam sido cometidas. Correa também põe em dúvida os resultados. “DIMINUIÇÃO de votos em Luisa entre o primeiro e o segundo turno”, reclamou o ex-presidente.
“Qualquer especialista sabe que isso é IMPOSSÍVEL, a menos que tenha ocorrido um cataclismo. Um crime quase perfeito, mas eles foram longe demais. Agora entendo por que há tanta insistência em não permitir fotos da votação: eles devem ter mudado.
SEM GOLPE!”, seguiu o esquerdista, apontando diferenças de cerca de dois mil votos em algumas localidades.
Vereadora por São Paulo, Janaína Paschoal (PP) questionou na mesma rede social usada por Stedile se a esquerda tem mais legitimidade para contestar o resultado quando perde:
“Pitoresco a esquerda e os blogs de esquerda brasileiros apoiarem a esquerda equatoriana na contestação ao resultado eleitoral de ontem. Quando a esquerda perde, contestar o resultado das urnas é dever moral. Já, quando a esquerda ganha, idêntico comportamento passa a ser crime da maior gravidade.”