O Senado mexicano viveu momentos de tensão e violência nesta quarta-feira (27), quando uma sessão parlamentar terminou em briga entre senadores. O estopim foi um debate acalorado a respeito de supostos pedidos da oposição para que os Estados Unidos interviessem militarmente contra os cartéis de drogas que assolam o país.
A confusão envolveu diretamente o presidente do Senado, Gerardo Fernández Noroña, e o opositor Alejandro Moreno, líder do Partido Revolucionário Institucional (PRI). Ambos já vinham trocando acusações em sessões anteriores, mas desta vez a situação saiu do controle. Durante a discussão, Moreno insistiu em denunciar a ligação do ditador venezuelano Nicolás Maduro com cartéis mexicanos, acusação que foi negada por Noroña, conhecido por sua defesa de regimes de esquerda na América Latina.
Nos últimos dias, Moreno chegou a protocolar uma denúncia formal contra Maduro na Procuradoria-Geral do México, alegando vínculos diretos entre o chavismo e o narcotráfico no país. A fala acirrou ainda mais os ânimos no parlamento, levando Noroña a reagir de forma exaltada. Segundo testemunhas, o bate-boca rapidamente escalou para empurrões e troca de ofensas, com parlamentares de ambos os lados precisando ser contidos por seguranças da Casa.
O episódio expõe o clima explosivo da política mexicana, num momento em que a pressão internacional aumenta para que o país combata com maior rigor os cartéis de drogas. A polêmica também reflete a crescente interferência da questão venezuelana na política interna mexicana, já que setores oposicionistas veem Maduro como aliado dos grupos criminosos que operam em território nacional.
Durante a sessão desta quarta, Moreno se revoltou por não ter recebido a palavra e subiu à tribuna para confrontar Noroña. Após uma troca de empurrões, Moreno deu um tapa no pescoço do presidente do Senado e derrubou um homem que tentou intervir. O tumulto envolveu ainda outro parlamentar da oposição, enquanto alguns senadores tentaram separar a briga.
Após a briga, Noroña anunciou que irá protocolar uma queixa formal contra Alito, chamando o episódio de grave. Moreno, porém, devolveu as acusações e disse que foi o presidente do Senado quem iniciou o confronto.
– Ele deu o primeiro empurrão, e o fez por covardia. Quando Noroña cruzou a linha, ele sabia exatamente o que estava fazendo. Eles são muito machistas quando têm poder – escreveu em rede social.