Um navio de guerra norte-americano atracou nesta sexta-feira (29) no Canal do Panamá, em meio a uma grande operação naval no Caribe contra cartéis de drogas latino-americanos. A mobilização militar envolve sete navios de guerra e um submarino nuclear, além de mais de 4.500 marinheiros e fuzileiros navais, que estão sendo posicionados estrategicamente no Atlântico e no Caribe, utilizando o canal como ponto de apoio.
De acordo com o vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Stephen Miller, a ampliação da presença militar tem como objetivo “combater e desmantelar organizações de tráfico de drogas, cartéis criminosos e organizações terroristas estrangeiras em nosso hemisfério”. O governo Trump tem colocado o enfrentamento aos cartéis como prioridade, intensificando a pressão contra grupos ligados ao narcotráfico na região.
Em agosto, Washington dobrou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à captura do ditador venezuelano Nicolás Maduro, acusado de envolvimento direto com o narcotráfico e organizações criminosas. O aumento da presença militar dos EUA tão próximo ao território venezuelano acendeu o alerta em Caracas, onde Maduro e seus aliados — como Diosdado Cabello e o embaixador Samuel Moncada — acusam Washington de usar a operação como pretexto para uma possível intervenção militar.
Fontes ligadas ao regime chavista indicam que Maduro está cada vez mais apreensivo com os movimentos da marinha americana na região, temendo que sua ditadura esteja no verdadeiro centro da operação. A ofensiva naval dos EUA, além de interceptar embarcações suspeitas de transportar drogas, já é vista como um recado claro ao ditador venezuelano de que sua permanência no poder continua sob forte contestação internacional.