Ministro quer “aval” de Lula para tentar derrotar Tarcísio em SP

Após anunciar sua pré-candidatura ao governo de São Paulo, o ministro Márcio França (Empreendedorismo) agora busca o aval definitivo do presidente Lula para seguir em campanha. Mesmo com sinais positivos do PT paulista, França ainda depende de um sinal claro do Planalto para avançar nas articulações eleitorais para 2026.

A movimentação de França é vista como uma tentativa desesperada da esquerda de reconquistar o maior estado do país, governado hoje por Tarcísio de Freitas, aliado de Jair Bolsonaro. A estratégia do ministro é percorrer cidades do interior onde, segundo seus aliados, o atual governador “não vai”, tentando assim ocupar espaço e ganhar visibilidade.

O problema é que essa articulação revela mais uma vez o uso da máquina federal para fins eleitorais. França ocupa um ministério sem relevância real, mas com estrutura e verba, o que pode favorecer sua exposição pública em plena pré-campanha. O apoio do PT, inclusive, já teria sido garantido nos bastidores, em troca de alianças locais com o PSB.

Durante o evento do Congresso Estadual do PSB, em março, o ministro deixou clara sua disposição de disputar o Palácio dos Bandeirantes. Estavam presentes nomes influentes da esquerda, como Geraldo Alckmin, Tabata Amaral e João Campos — um movimento que confirma a articulação para emplacar França como nome do campo progressista em São Paulo.

A reação do eleitor paulista, no entanto, ainda é uma incógnita. Em um estado majoritariamente conservador, a tentativa de recolocar a esquerda no governo pode ser mais uma aposta frustrada, especialmente com Tarcísio consolidando sua imagem de gestor firme e alinhado aos valores que a população paulistana defende.