
O laudo entregue pelo médico legista Ida Bagus Alit revelou uma reviravolta no caso da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que caiu no Monte Rinjani, na Indonésia. Segundo o especialista, a morte teria ocorrido apenas na quarta-feira, 25 de junho, dia em que seu corpo foi finalmente resgatado da encosta. A informação contradiz a versão oficial da agência de buscas Basarnas, que havia declarado que Juliana já estaria morta na noite de terça-feira.
Alit explicou à BBC que, com base no fuso horário de Lombok, onze horas à frente de Brasília, a estimativa é que Juliana tenha morrido entre 1h e 13h de quarta (horário local) — o que corresponderia a entre 14h de terça e 2h de quarta no horário brasileiro. A nova linha do tempo coloca em xeque o relato oficial das autoridades indonésias e reacende a polêmica sobre a lentidão do resgate, especialmente porque há vídeos que mostram a jovem com vida horas depois da queda, pedindo socorro.
O legista também identificou múltiplas fraturas no corpo de Juliana, incluindo tórax, ombro, coluna e coxa, além de ferimentos graves nas costas. Segundo Alit, esses traumas causaram danos internos e sangramento rápido, levando à morte cerca de 20 minutos após o impacto fatal. Não foram encontrados sinais de hemorragia lenta ou deslocamento cerebral, o que reforça a hipótese de que a vítima não resistiu por muito tempo após o trauma derradeiro.
A análise médica sugere que Juliana sobreviveu por pelo menos quatro dias após o acidente, ocorrido no sábado, 21 de junho, até a madrugada da quarta-feira. A revelação amplifica a cobrança por explicações sobre a suposta negligência no resgate. Familiares e turistas afirmam que tentaram contato com as autoridades, mas não receberam resposta eficaz, e vídeos entregues à imprensa mostram que havia chance real de salvamento.
Para a família, que se divide entre o Brasil e a Indonésia, a divulgação do laudo foi um choque, sobretudo porque não receberam nenhum comunicado oficial das autoridades indonésias antes da imprensa noticiar as informações. O caso, que já mobiliza atenção internacional, pode gerar repercussão diplomática e investigação formal sobre omissão de socorro e falhas operacionais na gestão da crise.