
Com a judicialização da decisão da Câmara no STF, Hugo Motta deixou claro que não irá mais recuar diante dos desmandos do Planalto. A estratégia está definida: qualquer decreto impopular vindo de Lula será imediatamente derrubado pelo Congresso. O próximo da lista já está no radar — e é justamente o que mexe com o BPC, tão rejeitado que até o PSOL está contra.
Motta resolveu seguir os passos de Arthur Lira e adotou a tática do “morde e assopra”: 75% de embate com o Executivo e 25% de alívio, tudo calculado até 2026. A base governista sente o baque, e o PT percebe que perdeu o controle sobre o centro político. O Congresso acordou, e o recado está dado: quem tentar impor medidas sem negociação, será atropelado.
Enquanto isso, Fernando Haddad não esconde a insatisfação. Sua reação ríspida ao ser questionado sobre a judicialização do IOF indica que ele já percebeu que não será o nome de Lula para 2026. A mágoa ficou evidente. O “Poste 3.0” foi desligado da tomada. No máximo, poderá tentar uma vaga no Senado — se não for rifado antes.
A escolha de Lula, ao que tudo indica, caminha em outra direção, talvez até mesmo em nome de alguém que consiga dialogar com o centrão, algo que Haddad jamais fez. O sonho do ex-prefeito virou pesadelo, e a candidatura presidencial parece ter escapado por entre os dedos.
Nos bastidores, a leitura é clara: o Planalto perdeu o comando da pauta econômica e agora tenta se segurar em decisões do STF para não afundar de vez. Mas o Congresso já sacou o jogo. A caneta de Motta está afiada, e cada novo decreto será recebido como mais uma oportunidade de dar o troco.
A crise interna do governo cresce a cada dia. E se Lula não recuar de sua arrogância, até mesmo seus aliados históricos poderão virar as costas antes de 2026. O clima de fim de festa se instala no Palácio do Planalto.