
O governo Lula está sentado sobre uma bomba-relógio que ameaça implodir sua imagem de defensor dos mais pobres. O escândalo de fraudes bilionárias no INSS, que envolveu descontos ilegais em aposentadorias e pensões, não é um caso isolado: trata-se de uma engrenagem sistêmica montada com aval político e participação direta de aliados do PT. Comandada por entidades como a Contag, braço sindical da CUT, a fraude foi legalizada por emendas redigidas dentro da sede da confederação e repassadas a parlamentares petistas, que apenas carimbaram o esquema.
A Medida Provisória 871/2019, que exigia revalidação de autorização para descontos, foi desfigurada por essas emendas. O resultado? Mais de R$ 6 bilhões desviados da Previdência, com filiações forçadas e créditos consignados empurrados goela abaixo dos beneficiários. Os envolvidos incluem nomes de peso da bancada do PT e ex-membros da campanha de Lula. A Polícia Federal já prendeu o tesoureiro da Contag e dois assessores parlamentares — um deles delatou a atuação direta de figuras ligadas ao Planalto.
Em paralelo, documentos da CGU revelam que a Contag pressionou o INSS a liberar 34 mil benefícios bloqueados, apesar de alertas jurídicos. O pedido foi atendido com rapidez, expondo o rastro de conivência institucional. A Advocacia-Geral da União tenta empurrar a culpa para “terceiros”, mas o envolvimento de aliados históricos do PT torna essa defesa insustentável. O silêncio do Planalto só aumenta a suspeita de que há muito mais por trás do que se vê.
Com apoio maciço de parlamentares, inclusive da base governista, a CPMI do INSS foi instalada e promete revelar toda a verdade. Mas já há movimentações para blindar aliados do presidente. Se o governo tentar abafar as investigações, o escândalo deixará de ser administrativo e se tornará uma crise de credibilidade. O caso compromete o discurso de Lula como defensor do povo. Pior: revela um Estado aparelhado e omisso diante do roubo dos mais vulneráveis.
A audiência marcada no STF para o dia 24 de junho pode ser um divisor de águas. O Brasil precisa saber se o governo Lula está disposto a romper com os cúmplices desse roubo ou se seguirá tentando esconder a sujeira debaixo do tapete. Enquanto isso, os aposentados que foram lesados exigem reparação. E, desta vez, nem a velha narrativa do “Lula operário” vai ser suficiente para enganar o povo. A conta chegou — e com juros.