Exame de sanidade mental é recomendado a Moraes

Durante uma sessão tensa da Comissão de Segurança Pública no Senado, realizada nesta quarta-feira (30), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) fez uma declaração contundente que gerou grande repercussão. Ao comentar as ações do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Damares sugeriu que ele seja submetido a um exame de sanidade mental, alegando que seu comportamento pode colocar em risco a segurança nacional.

Segundo a senadora, a legislação brasileira permite solicitar esse tipo de avaliação até mesmo para autoridades da mais alta cúpula do Judiciário. “Talvez não seja mais uma questão de caráter. Pode ser doença mental, um complexo de perseguição. Precisamos pensar nisso com seriedade”, afirmou. A fala expôs o desgaste crescente entre o STF e membros do Congresso, especialmente diante das decisões autoritárias de Moraes.

A declaração foi feita durante a audiência com o jornalista Glenn Greenwald, que expôs denúncias graves sobre supostas ordens dadas por Moraes para realizar investigações sigilosas e perseguições pessoais, usando estrutura do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre os alvos estaria seu ex-assessor Eduardo Tagliaferro, que teria manifestado medo de ser assassinado após o vazamento de informações comprometedoras.

Para Damares, o acúmulo de funções por parte de Moraes — como vítima, investigador e juiz — é incompatível com o equilíbrio democrático. “Quando alguém se coloca acima de todos os poderes e responde a tudo com ódio, algo está errado”, disse. A senadora também questionou a falta de reação institucional diante da escalada autoritária da Suprema Corte.

O episódio reforça a indignação crescente de parlamentares que enxergam em Moraes uma figura central no avanço do autoritarismo no país. A fala de Damares escancarou a tensão entre os poderes e abriu espaço para um debate mais direto sobre os limites da atuação judicial, especialmente quando ela colide com os pilares da democracia.