O deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem intensificado esforços nos Estados Unidos para buscar sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e outras autoridades brasileiras. Ele alega que Moraes lidera uma perseguição judicial contra opositores políticos, incluindo seu pai, e que suas ações representam violações de direitos fundamentais, como a liberdade de expressão.
Eduardo, que está licenciado do mandato parlamentar e reside temporariamente nos EUA, defende que medidas como a Lei Magnitsky — que permite sanções econômicas e restrições de visto a indivíduos acusados de abusos — sejam aplicadas.
A estratégia de Eduardo envolve articulações com aliados do presidente Donald Trump, como parlamentares republicanos e figuras influentes do conservadorismo americano. Ele já se reuniu com nomes como o ex-assessor de Trump, Jason Miller, e o estrategista Steve Bannon, além de participar de eventos como o CPAC, para expor o que chama de “ditadura judicial” no Brasil.
O deputado também conta com o apoio de plataformas como a Truth Social, de Trump, e a Rumble, que entraram com uma ação judicial em Tampa, na Flórida, contra Moraes, acusando-o de censura ilegal ao ordenar o bloqueio de contas de brasileiros em solo americano, como a do jornalista Allan dos Santos.
Entre as sanções desejadas estão o cancelamento de vistos, o congelamento de ativos no exterior e restrições financeiras a empresas ligadas aos alvos. Eduardo argumenta que os EUA, sob Trump, têm interesse em evitar que o Brasil se torne “uma nova Venezuela”, o que justificaria uma intervenção.
Ele cita como exemplo a pressão de Moraes sobre empresas americanas, como o X, que enfrentou multas e bloqueios no Brasil, gerando atritos com interesses econômicos dos EUA. Para ele, essas ações não são vingança, mas um meio de deter violações que afetam até cidadãos americanos.
O plano ganhou força após a posse de Trump em 2025, com Eduardo apostando na proximidade ideológica entre o bolsonarismo e o trumpismo. Parlamentares como o deputado Rich McCormick já pediram publicamente sanções contra Moraes, invocando a Lei Magnitsky e citando precedentes como as punições ao Tribunal Penal Internacional.
No entanto, a viabilidade depende do Departamento de Justiça e do Departamento de Estado dos EUA, que ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o caso.
No Brasil, as ações de Eduardo são vistas por adversários como uma tentativa de interferir na soberania nacional e proteger seu pai, indiciado por suposta tentativa de golpe. Enquanto isso, Moraes segue como figura central nos inquéritos contra Jair Bolsonaro e aliados, mantendo decisões que geram polêmica, como prisões e bloqueios de redes sociais.
O desfecho dessa pressão internacional permanece incerto, mas reflete a escalada de tensões entre o Judiciário brasileiro e setores da oposição que buscam apoio externo.