A defesa de Adalgiza Maria Dourado, de 65 anos, voltou a apelar à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), ligada à OEA, diante do que chama de flagrantes violações de direitos humanos. A idosa, presa após os atos de 8 de janeiro, cumpre pena de 16 anos e seis meses, e segundo seus advogados, enfrenta abandono médico e psicológico dentro do sistema prisional.
Os relatos apresentados à OEA são graves. Adalgiza sofre de depressão profunda, pensamentos suicidas e arritmia cardíaca. Desde outubro de 2024, ela não recebe qualquer tipo de acompanhamento profissional. O presídio Colmeia, no Distrito Federal, teria ignorado pedidos da defesa para exames e tratamentos urgentes, agravando o estado de saúde da idosa.
A situação é vista como cruel e desumana, contrariando diversos tratados internacionais assinados pelo Brasil, como a Convenção Americana sobre Direitos Humanos e as Regras de Mandela da ONU. A defesa sustenta que o país, ao manter idosos e doentes crônicos nessas condições, se torna responsável por violações gravíssimas.
Além da negligência, os advogados apontam irregularidades nos laudos médicos apresentados à Justiça. Segundo eles, documentos teriam sido assinados por profissionais que sequer participaram dos exames. A determinação do ministro Alexandre de Moraes, que exigia uma junta médica, teria sido descumprida.
Adalgiza chegou a ser libertada com tornozeleira eletrônica, mas foi presa novamente em 2024 após alegado descumprimento de medidas cautelares. Sua condenação, considerada desproporcional por diversos juristas, inclui acusações como golpe de Estado e associação criminosa, típicas de uma escalada autoritária.
Agora, a esperança da defesa está na OEA. Os advogados pedem prisão domiciliar humanitária e o reconhecimento de que a idosa está sendo vítima de perseguição política. Enquanto isso, o silêncio do governo e do STF mostra que, no Brasil atual, não há compaixão para quem pensa diferente.