Alexandre de Moraes na mira internacional: The Economist dispara críticas pesadas em série contra o ministro do STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou ao centro de uma intensa polêmica internacional após ser duramente criticado pela influente revista britânica The Economist. Em apenas dois dias, a publicação divulgou ao menos dez conteúdos denunciando a concentração de poder nas mãos do magistrado, que estaria ultrapassando os limites constitucionais e minando as liberdades democráticas no Brasil. As críticas ganharam forte repercussão tanto no exterior quanto dentro do país, com publicações traduzidas até em português — algo raro em veículos estrangeiros.

A primeira reportagem chamou Moraes de “ameaçador das liberdades”, classificando sua atuação como a mais autoritária desde o fim da ditadura. A matéria acusa o ministro de se esconder atrás do discurso de combate à desinformação para justificar censura e perseguição a opositores. Segundo a revista, ele centraliza decisões de forma monocrática, com efeitos drásticos sobre veículos de imprensa, redes sociais e até mesmo aplicativos de comunicação, como o Telegram, em um movimento sem precedentes no mundo democrático.

Nos conteúdos seguintes, a The Economist detalhou episódios concretos em que Moraes ordenou a suspensão de perfis, bloqueios de plataformas e retiradas de conteúdos antes mesmo de julgamentos. Essas ações foram apontadas como típicas de regimes autoritários, e não de democracias consolidadas. O tom das publicações não deixou margem para dúvida: o comportamento do ministro preocupa seriamente a comunidade internacional, que vê no Brasil um alerta para os riscos de concentração de poder judicial.

A revista ainda traduziu trechos importantes dos artigos para o português e os compartilhou nas redes sociais, uma estratégia que mostra a intenção clara de impactar o debate interno no Brasil. Com isso, a The Economist rompe a bolha do noticiário internacional e pressiona diretamente o STF a responder. Essa movimentação reforça o desgaste da imagem de Moraes, que já vinha acumulando críticas de veículos como Le Monde, El País e Wall Street Journal ao longo dos últimos meses.

O ataque coordenado da imprensa internacional ocorre em um momento sensível. Moraes concluiu recentemente sua gestão no TSE, período marcado por decisões polêmicas, como a censura de conteúdos ligados a figuras públicas da oposição. O episódio mais lembrado foi o bloqueio de contas e perfis conservadores, o que, para muitos juristas, constitui censura prévia e desrespeito à liberdade de expressão. Agora, com as críticas da The Economist, essa postura autoritária ganha visibilidade global.

Até o momento, Moraes não se manifestou. O STF publicou apenas uma nota protocolar assinada pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, que tentou minimizar o impacto das denúncias. O silêncio de Moraes, no entanto, tem sido interpretado por muitos como confirmação de que ele não está disposto a prestar contas à sociedade — nem nacional, nem internacional. A pressão aumenta, e o ministro se vê cada vez mais isolado diante da opinião pública mundial.