
O advogado Eduardo Kuntz anunciou sua saída da defesa de Eduardo Tagliaferro — ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — em meio ao julgamento da denúncia da Procuradoria‑Geral da República (PGR) que pode transformá-lo em réu por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. A troca de defesa acontece enquanto o processo tramita em ambiente virtual no Supremo Tribunal Federal (STF), com encerramento previsto para 14 de novembro.
A renúncia de Kuntz, segundo fontes próximas ao caso, tem como objetivo “baixar a temperatura com a Corte”, evitando que a visibilidade do processo afete outros casos sob sua responsabilidade. Com sua saída, a defesa passa a ser conduzida pelo advogado Paulo Faria, que simultaneamente atua em nome de Daniel Silveira em outros processos.
O julgamento da denúncia teve início na última sexta-feira, com o relator Alexandre de Moraes votando favoravelmente ao recebimento da acusação. Em seguida, o ministro Cristiano Zanin acompanhou o relator, fortalecendo o entendimento de que Tagliaferro avance para o polo passivo da ação penal. Ainda em meio ao conflito, Tagliaferro publicou no X uma provocação direta a Moraes:
“E aí Moraes, já que votou para eu me tornar réu, que tal falarmos do que é o tal vazamento sigiloso? Porque até agora você só falou em vazamento, mas nunca disso que era. Está com medo?”
O ato público reforça a tensão entre o investigado e o ministro relator, evidenciando o clima explosivo em torno do processo. A troca de advogados e a escalada de embates podem influenciar tanto a condução do caso quanto a imagem da Corte perante a opinião pública.
