A TRAIÇÃO DE MOTTA: Hugo Motta articula golpe contra PL para enterrar o projeto da Anistia

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), articula silenciosamente uma operação que visa isolar o PL de Jair Bolsonaro na tramitação do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A movimentação inclui o apoio de líderes de 14 partidos, com o claro objetivo de empurrar a proposta para um esquecimento legislativo. É uma tentativa de minar a força da direita no Congresso.

O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, reagiu duramente e exigiu que o requerimento de urgência seja pautado. Ele já havia coletado 264 assinaturas e deixou claro que o PL não aceitará manobras para silenciar a maioria. Caso o pedido não avance, ameaçou travar as emendas parlamentares. A tensão entre os líderes conservadores e a presidência da Câmara aumentou consideravelmente.

Na mesma noite em que Hugo Motta selava acordos com partidos de esquerda, também recebeu o presidente Lula para um jantar com líderes aliados. Foi nesse encontro que se consolidou o bloqueio político contra a proposta do PL. A justificativa pública de que é preciso “aperfeiçoar” o texto não passa de cortina de fumaça para engavetar a anistia.

A proposta relatada por Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), aliado de Bolsonaro, propõe anistia ampla a todos os envolvidos em manifestações desde o segundo turno de 2022. A versão atual enfrenta resistência de setores que ainda preferem ver conservadores punidos exemplarmente. A falta de uma nova versão revisada vem sendo usada como desculpa para atrasar o processo.

Enquanto isso, no STF, cresce a possibilidade de decisões que aliviem penas de condenados, o que esvaziaria parte da pressão por uma anistia legislativa. Hugo Motta parece apostar nessa alternativa, mantendo o projeto parado até que o clima político se transforme — ou até que a base conservadora perca força.

O PL, portanto, assiste à movimentação que tenta calar sua voz dentro do próprio Congresso. Um jogo político frio, onde o discurso de “debate democrático” esconde uma articulação para impedir a direita de atuar com plenitude. A estratégia de Motta é clara: desidratar a pauta sem assumir a culpa, deixando o projeto morrer por inanição.