O Exército brasileiro determinou que não permitirá atos, aglomerações ou manifestações nas proximidades de suas unidades militares durante o julgamento do chamado “núcleo crucial” da suposta trama golpista, que começa nesta terça-feira (2) na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A ordem repassada aos comandos de área é de tolerância zero com qualquer movimentação nesse sentido.

Outro ponto de atenção é o 7 de setembro, que neste ano ocorrerá em meio ao julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e de generais ligados ao ex-presidente. Para evitar tensões, o Comando Militar do Planalto (CMP) e a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal vêm realizando reuniões conjuntas para reforçar a segurança tanto durante as sessões do Supremo quanto no feriado da Independência. Em Brasília, os atos devem se concentrar na Torre de TV, distante da Praça dos Três Poderes e dos quartéis.

A avaliação reservada de oficiais é de que não haverá atos no entorno das unidades militares, principalmente pelo posicionamento do Alto Comando do Exército, que já havia rechaçado a narrativa de um suposto golpe articulado para manter Bolsonaro no poder. Essa postura, entretanto, desagrada parte da base bolsonarista, que esperava maior resistência das Forças Armadas. Ainda assim, oficiais repetem o discurso do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, de que é preciso “separar o CPF do CNPJ” — punir eventuais militares envolvidos, mas preservar a instituição.

Nesta primeira fase do julgamento, estarão no banco dos réus Jair Bolsonaro, capitão reformado do Exército; o delator Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens; e três generais de quatro estrelas: Augusto Heleno, ex-chefe do GSI; Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa; e Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil. Também será julgado o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha. O caso é especialmente delicado para as Forças Armadas pela quantidade de oficiais de alta patente envolvidos.

Após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022, apoiadores de Bolsonaro permaneceram em frente a quartéis pedindo intervenção militar. A cúpula do Exército admite hoje que foi um “erro” ter permitido a continuidade dos acampamentos, já que, em 8 de janeiro de 2023, muitos dos invasores dos Três Poderes saíram diretamente do Quartel-General de Brasília. Militares alegam, porém, que o “ambiente político” da época, com Bolsonaro ainda no poder, limitava a possibilidade de uma ação firme.

By Jornal da Direita Online

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