
O senador Marcos Rogério (PL-RO) protocolou nesta sexta-feira um pedido para convocar o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, a prestar depoimento na CPMI do INSS. O parlamentar quer explicações sobre a suspeita de participação de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula (PT), em um dos maiores esquemas de fraudes em benefícios já revelados no país.
Segundo Marcos Rogério, causa estranheza que o nome de Frei Chico e do sindicato do qual é vice-presidente, o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), não apareçam nas investigações, mesmo após denúncias robustas. Em abril, o próprio Andrei Rodrigues declarou publicamente que nem o sindicato nem o irmão do petista estavam entre os alvos da operação, o que levantou fortes suspeitas de blindagem política.
Para o senador, a convocação é fundamental para esclarecer “os critérios técnicos adotados na seleção de alvos, a motivação para determinadas medidas cautelares e a governança de dados compartilhados entre PF, INSS, Dataprev e CGU”. O objetivo é saber por que personagens próximos ao governo parecem intocáveis, enquanto milhares de servidores e beneficiários vêm sendo investigados e punidos.
O presidente da CPMI, Carlos Viana (Podemos-MG), tem adotado uma postura mais cautelosa, afirmando não ver como prioridade imediata a convocação de Frei Chico. Ainda assim, a pressão cresce dentro do colegiado, e o depoimento do diretor da PF poderá lançar luz sobre possíveis interferências políticas nas apurações.
A denúncia é grave: enquanto bilhões são desviados do INSS, sobra espaço para suspeitas de que o governo age para proteger aliados e familiares. A convocação de Andrei Rodrigues, se confirmada, promete acirrar os ânimos da CPMI e colocar o nome do irmão de Lula no centro das investigações.