
A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quarta-feira (20) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por suposta tentativa de obstrução de Justiça nas investigações relacionadas à chamada “trama golpista”. O relatório com as conclusões foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), que agora decidirá os próximos passos do processo.
De acordo com o documento, também foi citado o pastor Silas Malafaia, alvo de mandados de busca e apreensão e de retenção de passaporte. Para a PF, o líder religioso teria participado de conversas que, segundo os investigadores, indicariam tentativas de influenciar o andamento das apurações.
A PF afirma ter recuperado do celular de Jair Bolsonaro áudios e mensagens apagadas que mostrariam trocas de informações com Malafaia e com Eduardo Bolsonaro. Na visão da corporação, esses registros reforçariam a suspeita de articulações para intimidar autoridades e atrapalhar o curso das investigações.
Outro ponto levantado no relatório é a possibilidade de Jair Bolsonaro ter discutido com aliados um pedido de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei. O tema teria surgido em conversas reservadas durante o avanço das investigações sobre o suposto golpe.
A apuração foi aberta em maio a partir de um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que já havia apontado o envolvimento de Eduardo Bolsonaro em pressões diplomáticas contra ministros do STF, inclusive em articulações para que o governo dos Estados Unidos aplicasse sanções.
Agora, com o relatório em mãos, caberá ao STF analisar se recebe a denúncia, o que pode transformar Bolsonaro, seu filho e Malafaia em réus no processo.