A nova jogada do ministro Alexandre de Moraes, no processo que busca imputar a Jair Bolsonaro uma suposta tentativa de golpe, foi autorizar a presença da defesa do ex-presidente nas acareações marcadas para esta terça-feira (25). A decisão chega com tom de “concessão”, mas na prática apenas cumpre o básico da legalidade: garantir que os advogados possam acompanhar os depoimentos dos envolvidos. Braga Netto, Mauro Cid e até mesmo Anderson Torres estão entre os nomes que serão confrontados em audiências com transmissão restrita e controle absoluto do Supremo.

As acareações foram marcadas com o objetivo de “esclarecer contradições”, mas, para muitos juristas, o formato já nasceu viciado. Não há isenção quando o juiz do caso é também o investigador e a parte interessada. Moraes montou o processo como quem arma uma peça de teatro, definindo até mesmo quem pode ou não participar de determinados trechos das conversas. É a face inquisitorial de um sistema que abandonou o devido processo legal em nome de uma narrativa política.

Um dos pontos mais controversos diz respeito a uma reunião que teria ocorrido em novembro de 2022, na casa de Braga Netto. Mauro Cid afirma que ali foi discutido o plano chamado “Punhal Verde e Amarelo” e que ele teria sido retirado do local quando supostas medidas operacionais passariam a ser discutidas. Tudo no condicional. Nenhuma gravação, nenhum documento. Apenas versões, memórias seletivas e, claro, um ambiente político controlado pelo próprio STF.

Outro detalhe curioso é a acusação de que Braga Netto teria repassado dinheiro a Mauro Cid, por meio de um intermediário chamado de “kid preto”, para financiar protestos após as eleições. É a típica narrativa pronta: dinheiro, codinomes e uma história facilmente replicável pela imprensa militante, que transforma especulações em manchetes e suposições em certezas absolutas.

A defesa de Bolsonaro, por ora, tenta apenas garantir o mínimo: o direito de acompanhar um processo que tem a clara intenção de empurrá-lo para uma condenação simbólica. Moraes não quer apenas julgar — ele quer construir a narrativa que será repetida internacionalmente como exemplo de “resistência democrática”. A ironia é que, para defender a democracia, ele precisa atropelar suas garantias fundamentais.

Essas acareações não são parte de um julgamento técnico. São etapas coreografadas para validar uma história pré-construída, onde qualquer contradição será usada como munição política. E quem ousar confrontar esse roteiro, como o próprio Bolsonaro, será tratado como ameaça à ordem. A farsa avança — agora, com plateia jurídica autorizada.

By Jornal da Direita Online

Portal conservador que defende a verdade, a liberdade e os valores do povo brasileiro. Contra a censura, contra o comunismo e sempre do lado da direita.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *