
Em entrevista contundente, o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, afirmou que o Brasil precisa urgentemente de um novo programa econômico nos moldes do Plano Real. Para ele, o atual governo perdeu o foco e não tem apresentado soluções para os graves problemas estruturais que paralisam o crescimento do país. O dirigente criticou duramente o abandono de reformas, o crescimento das despesas públicas e a ausência de um plano de longo prazo.
Josué, filho do ex-vice-presidente José Alencar, alertou que os juros altíssimos são reflexo direto da irresponsabilidade fiscal. Segundo ele, o país vive uma situação insustentável e a economia trava porque o governo prefere “empurrar com a barriga” os desequilíbrios ao invés de enfrentá-los com seriedade. A crítica recai especialmente sobre Lula, que, segundo Josué, deveria liderar um pacto nacional por reformas — mas escolheu a polarização e o populismo.
Para o líder da Fiesp, a resistência política à mudança estrutural é evidente. “Tem gente querendo apenas empurrar os problemas, pensando no que fazer depois de 2027”, disparou, ao comentar que o debate eleitoral já tomou o lugar do planejamento econômico. A crítica ecoa em meio ao fracasso das promessas do governo petista de retomar o crescimento com justiça social — o que, segundo ele, nunca passou de retórica vazia.
Josué também defendeu uma profunda revisão das leis trabalhistas e tributárias, dizendo que o modelo atual está defasado e sufoca a criação de empregos. Para ele, a CLT precisa ser flexibilizada, e os benefícios setoriais devem acabar, pois foram criados com objetivos temporários e hoje apenas servem a grupos específicos — enquanto a maioria da população sofre com desemprego e informalidade.
Por fim, o presidente da Fiesp lembrou que o Plano Real, que acabou com a hiperinflação nos anos 90, só foi possível porque houve coragem política e união nacional. Ele conclui dizendo que, sem um choque de responsabilidade, o Brasil não vai sair do atoleiro. Resta saber se o governo Lula está disposto a ouvir — ou vai continuar iludindo o país com discursos vazios e alianças fisiológicas.